Família Romanov
 

O sumiço dos corpos

Desde a execução dos Romanov (o czar Nicolau, a czarina Alexandra, as quatro filhas, a Grã-duquesas Olga, Tatiana, Maria e Anastácia, e o czarevich Alexei) pelo comando do bolchevique Yakov Yurovski (1878-1938), chefe da Tchéca local, assassinados em 17 de julho de 1918, seus esqueletos haviam se extraviado nos bosques da região de Ekaterinburg.(*). Em 1928, um destacamento da Tchéca recolhera os cadáveres e os incinerara. Descobertos os restos pelos pesquisadores Alexander Avdonin e Gely Riabov em 1979 , foram finalmente inumados na cripta da família na Catedral de Pedro e Paulo, em São Petersburgo, após um cerimônia discreta. Os russos em geral mantiveram-se ausentes, indiferentes ao sepultamento. Por mais que hoje maldigam o regime comunista eles não querem voltar a reunir-se ao redor dos ossos dos Romanov.

(*) a intenção original dos bolcheviques era seguir a tradição das revoluções populares, como a inglesa em 1649 e a francesa em 1793, de levar o soberano caído às barras de um tribunal revolucionário e depois de submetê-lo a uma execução publica. Trótski confessou que desejava ser atuar como o principal acusador. Todavia a possibilidade dos brancos , os contra-revolucionário, virem a resgatar Nicolau II e sua família, fez com que os bolcheviques mudassem de plano.

Fonte: EducaTerra

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2º Artigo - Ana Claudia Fonseca - Fonte: Revista Época

Provavelmente Nicolau II não foi nem o santo descrito pelos monarquistas nem o monstro apresentado pelos comunistas. Foi o ator meio impotente de um período conturbado por vários conflitos, dentre eles a desastrosa campanha contra o Japão (1904-1905) e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A situação caótica da Rússia de seu tempo causou grande aumento de preços e escassez generalizada, o que, evidentemente, se traduziu em distúrbios sociais. Pinta-se um quadro tão negro que se diz que a taxa de suicídios triplicou nos últimos anos de seu governo. Com base nesse cenário, é pouco provável que mesmo um soberano mais experiente e menos indeciso que Nicolau II conseguisse evitar a catástrofe. Em 1917 o czar foi obrigado a renunciar ao trono que sua família ocupava há 300 anos, deixando, nas mãos dos revolucionários, o governo de um império que ia do Mar Báltico ao Oceano Pacífico e que abrigava 130 milhões de pessoas.

Ao largar a coroa Nicolau II foi preso e levado de trem através da Sibéria até a cidade mineira de Ecaterimburgo, a 1.500 quilômetros de Moscou. Ali ficou detido, junto com sua família, durante 16 meses em uma pequena casa cercada com muros altíssimos. Incomunicável, até o fim guardou a certeza de que seus ex-súditos derrubariam os bolcheviques e o recolocariam no trono. Essa esperança foi sua sentença de morte. Com medo de que os contra-revolucionários descobrissem o esconderijo, os bolcheviques pressionaram Moscou, que terminou por enviar um telegrama no dia 16 de julho de 1918 com a ordem de executar os Romanov. Na noite seguinte o czar, sua mulher e seus cinco filhos, além de quatro empregados e do cachorro de estimação das crianças, foram levados ao porão da casa e amontoados em uma pequena sala sem móveis. Ali foram fuzilados por um grupo de camponeses e ex-presidiários comunistas liderados por Yakov Yurovsky, um fotógrafo profissional. Em poucos segundos os corpos empilhavam-se no chão. Alexei, herdeiro do trono, tinha 14 anos quando morreu. Era o mais jovem membro da família.

O medo da reação popular fez com que os matadores, a mando de Lenin, tentassem livrar-se das provas da execução. Os corpos foram esquartejados, queimados com ácido e o que sobrou acabou enterrado em uma vala comum no meio da floresta siberiana. Lá permaneceram até 1979, quando foram encontrados por um cineasta e um geólogo. Os dois guardaram segredo do achado por dez anos. Após, 80 anos depois de sua morte, a família imperial ganha a chance de conseguir, enfim, descansar em paz.
Fonte: Revista Época

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3º Vídeos - YouTube

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Clipe de fotos da família Romanov
Filme - Tributo à família Romanov

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Observações MiniWeb Educação sobre os personagens citados no texto:

Léon Poliakov, nascido em uma família judaica de São Petersburgo, foi um historiador que escreveu exaustivamente sobre o Holocausto e o anti-semitismo.
Georgi Apollonievich Gapon, (1870 – 11 de Abril de 1906) foi um padre cristão ortodoxo russo que liderou a manifestação que em 22 de Janeiro de 1905 em São Petersburgo pretendia ser recebida pelo Czar Nicolau II da Rússia no Palácio de Inverno e entregar uma petição por melhores condições de vida.
Yakov Mikhailovich Yurovsky
(1878-1938) foi um judeu que ao serviço do príncipe Félix Iussupov matou a familia real russa. Desde Alexei, de 14 anos, às suas irmãs e aos seus pais o ex-czar Nicolau. Foi pessoalmente o executor do czar, de seu filho e da duqueza Tatiana Nikolaevna.
Conde Sergei Witte, era um dos mais poderosos ministros de Finanças Russo e principal conselheiro do czar. Witte tratava de convencer o inepto imperador da conveniência em implantar medidas liberalizadoras e ilustradas, e modernizar a Russia. Tais medidas incluiam melhorar as condições da vida dos judeus, discriminados ao largo dos séculos. (Sua mulher era judia)
Gregory Yefimovich Rasputin foi um notável intrigante na corte do czar da Rússia. Manipulador astuto e desavergonhado, ele estendeu sua influência a todos os níveis de poder. Era muito amigo da czarina devido a doença do príncipe herdeiro.
Mathieu Golovinski - (1865-1920) - un aristócrata venido a menos que solía colocar su pluma al servicio del mejor postor.
Pierre Ratchkovski - (a direita na foto), que dirigía los servicios de la policía política rusa (Okhrana) en París, y Mathieu Golovinski, un aristócrata venido a menos que solía colocar su pluma al servicio del mejor postor.

MiniWeb recomenda a leitura do Artigo: Um homem medíocre

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