Família Romanov
 

Justiça russa decide que czar foi vítima da repressão soviética (01/10/2008)
Christian Lowe

MOSCOU (Reuters) - A Suprema Corte da Rússia determinou na quarta-feira que o czar Nicolau 2o seja reconhecido como vítima da repressão soviética, conferindo assim uma vitória simbólica aos monarquistas segundo os quais a sentença ajudaria a separar o joio do trigo quanto ao sangrento passado daquele país. Saiba mais sobre o assunto lendo a notícia completa.

O assassinato dos Romanov

A MiniWeb Educação disponibiliza abaixo 2 artigos e 2 vídeos sobre o "Assassinato dos Romanov". O fim da dinastia Romanov é um daqueles episódios da história russa que, de tanto ser encobertos pela revolução bolchevique, em outubro de 1917, inspirou as mais fantasiosas versões. Depois de meses isolados em uma casa de campo, o último czar, Nicolau II, e sua família foram fuzilados em julho de 1918, na cidade de Iekaterinburgo, mais tarde chamada Sverdlovsk.

1º Artigo - Voltaire Schilling - Fonte EducaTerra

Em menos de um ano a dinastia Romanov, que governava há três séculos o Império Russo, foi posta abaixo e seus os derradeiros herdeiros fuzilados por um comando revolucionário. De março de 1917 a julho de 1918, todo o fantástico poder que Nicolau II (foto) possuía esboroou-se, desabando como se fora um castelo de cartas. O czar e sua família, aprisionados na cidade de Ekaterinburg, foram então sumariamente executados por ordem de Lenin.

"Assim o quero, logo assim deve ser! Esta fórmula manifestava-se em todos os atos daquele débil soberano que fez, unicamente por fraqueza, tudo o que caracterizou seu reinado: o derramamento constante de sangue mais ou menos inocente e, na maioria das vezes, absolutamente desnecessário."
Conde Witte, ministro do Czar de 1892 a 1906

Mane, Mane, Tecel, Persin! Estas antigas e enigmáticas palavras, dizem, estavam rabiscadas na parede dum quarto da casa Ipatiev, em Ekaterinburg, onde a família Romanov inteira fora fuzilada. Presumiu-se ser a letra da czarina Alexandra, mulher devota e conhecedora da Bíblia que, um pouco antes de tombar, lembrou-se delas.
Pertencem ao Livro de Daniel ( Daniel 5.4) e dizem respeito a maldição que atingiu o Rei Baltazar da Babilônia; “Deus mediu teu reino e deu-lhe fim; tu foste pesado na balança e fosse julgado deficiente; teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas” Alexandra morreu acreditando que a Revolução de 1917 era uma rebelião da criadagem ingrata e que aqueles tipos mal encarados que prenderam o casal e seus filhos, quatro belas meninas e um garoto, deviam ser “os medos e persas”. Para Nicolau II, seu marido, eram “os judeus”.


Família Romanov ( todos assassinados pelos comunistas)

Verdadeiro isso, se esta inscrição de fato existiu , é mais um testemunho de como a Rússia Czarista era governada: os monarcas tinham a cabeça na Idade Média. Não se deve pois estranhar que o monge benzedeiro Gregory Rasputin, uma figura dostoievskiana, beberrão, devasso e semi-analfabeto, tornou-se, desde 1905 até 1916, o primeiro-ministro informal do imenso Império Russo.

Um governante repressor

A execução dos Romanov (17 de julho de 1918)
Jorge Luís Borges disse certa vez que “os inteligentes são bons”. Nicolau II era parvo e perverso. Quando soube da passeata pacifica (seu líder, o padre Gapon era um agente da polícia secreta) que os trabalhadores da capital fariam no dia 22 de janeiro de 1905 , ausentou-se do Palácio determinando que a Guarda Cossaca os dissolvesse à metralha. Esse episódio, que redundou em matança - 100 mortos e centenas de feridos - foi o célebre “Domingo Sangrento”, estopim daquela primeira revolução que Lenin chamaria de “ensaio geral”.

León Poliakov atribui a ele, a Nicolau II, a paternidade do moderno terrorismo de extrema direita, com seu entusiasmo pela Tchernaia Sotnia, a Centúria Negra, um agrupamento protofascista a quem protegia e financiava, especializado em pogroms e na morte seletiva de oposicionistas. “Os protocolos dos Sábios do Sião”, um panfleto anti-semita encomendado por um espião seu, Ratchkóvski, foi seu mais duradouro “legado intelectual”.

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