Japoneses
   
A partir de 1917, o governo japonês coordenou a fusão de diversas empresas particulares de emigração e fundou a estatal Kaigai Kôgyô Kabushiki Kaisha, que passou a subsidiar as passagens dos imigrantes. Por causa da impossibilidade de acesso dessas pessoas aos EUA, esses recursos passaram a ser destinados às viagens para o Brasil. Entre 1928 e 1935, ingressaram no país 108.258 japoneses, ou seja, 57% dos 190.000 que imigraram no período anterior à Segunda Guerra Mundial.

Mas também no Brasil começaram a surgir movimentos contrários à entrada de japoneses. Em 1922, foi criado um projeto de lei que proibia a entrada de negros no país e restringia a de orientais, mas essa lei não entrou em vigor. No entanto, em 1934, foi aprovada uma emenda constitucional que limitava a entrada de imigrantes estrangeiros para 2% do total de pessoas que ingressaram no país nos últimos 50 anos. Essa emenda foi incorporada à Constituição de 1934, ocasionando queda nos índices de imigração a partir de 1935.

"Agora vamos, levando a família, para a América do Sul" - convoca o cartaz, de 1925, de uma companhia japonesa de imigração.

 

Na época, os mais radicais diziam que a imigração japonesa integrava um plano do governo do Japão de “subjugar o mundo” por meio de agentes infiltrados em diversos países. E alguns jornais lamentavam a “invasão amarela” e os “males irreparáveis causados pela imigração japonesa”.

Medidas Repressivas

A imigração dos filhos do Sol Nascente não foi acolhida por unanimidade entre os políticos brasileiros. Havia entre eles os chamados "eugenistas" que, influenciados pelas idéias raciais, consideravam os japoneses inassimiláveis, uma raça estranha ao corpo nacional. Com a eclosão da guerra do Império nipônico contra os Estados Unidos em 1941, o governo de Getúlio Vargas, apesar de não declarar guerra ao Japão, procurou mantê-los sob uma vigilância cada vez mais crescente. Os imigrantes japoneses passaram a viver sob a situação de estado de sítio permanente, pois viram-nos como potenciais traidores, capazes de auxiliar os nazistas a afundarem os navios brasileiros (o Brasil havia entrado na guerra em agosto de 1942, perdendo até o final dela 32 navios mercantes e três de guerra, com mais de 1.400 mortos). Durante quatro anos, até o conflito se encerrar em agosto de 1945, a colônia japonesa amargou o pão que o diabo amassou, vendo serem fechadas as escolas onde suas crianças aprendiam o Yamatodamashii (a maneira nipônica de ser) e até sendo proibida de falar a sua língua em público.

Confisco e Isolamento

Esta política de sufoco culminou no decreto de 11 de março de 1942 que confiscou um percentual dos depósitos dos súditos do Eixo existentes nos bancos brasileiros, a título de compensação pelas perdas sofridas pelo Brasil na guerra, e na liquidação extrajudicialmente de todas as empresas de certo porte que fossem de propriedade de italianos, alemães ou japoneses. O que contribuiu para que as colônias japonesas, cercadas pela hostilidade da vizinhança, proibidas ainda de possuírem receptores de rádio, mergulhassem num isolamento quase que completo. Foi em meio a isso, a uma guerra em andamento e a perseguição tentacular que lhe movida o governo que surgiu a seita patriótica Shindo Renmei.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a imigração japonesa no Brasil esteve praticamente paralisada, atrapalhando a já difícil integração entre brasileiros e nipônicos. Vários decretos foram instituídos, proibindo o ensino da língua japonesa no país, e descendentes de japoneses foram obrigados a portar salvo-conduto para que pudessem transitar pelo país. Entre 1940 e 1950, apenas 1,5 mil japoneses imigraram para o território brasileiro.

O fim da Segunda Guerra marcou o início da reconciliação entre brasileiros e japoneses, e o perfil do imigrante japonês se modificou. Os nikkeis, como são chamados os primeiros imigrantes que vieram ao Brasil, deixaram de ser mão-de-obra barata e, por exigência de acordos bilaterais, passaram a ter acesso às escolas.

A partir da década de 60, famílias japonesas começaram a administrar seus próprios negócios. Os homens trabalhavam como feirantes, quitandeiros e tintureiros, e as mulheres, como costureiras e em salões-de-beleza.

Na década de 70, já não era tão estranha a convivência entre as culturas japonesa e brasileira, e o número de casamentos entre etnias diferentes aumentou no país. Nessa época, o Japão se recuperou da crise econômica e passou ocupar um papel de destaque no cenário mundial. Hoje, o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão.

Símbolos Nacionais do Japão - Bandeira e Hino Nacional (clique aqui )

"Kimigayo" é o título do Hino Nacional Japonês, que foi adotado oficialmente pelo Japão no ano de 1888, e significa "o Reino do Nosso Imperador" . As letras pertencem a um antigo poema japonês e a melodia foi composta por Hiromori Hayashi.

HINO NACIONAL DO JAPÃO

O hino japonês é famoso mundialmente por ser o hino nacional mais curto, pois possui apenas uma estrofe, que é cantada três vezes. O kimigayo, como é conhecido, teve sua origem no ano 905, durante a era Heian, quando foi publicado no primeiro livro de canções japonesas, o Kokinwakashu.

A letra do hino originalmente celebrava a longevidade de idosos e autoridades. No ano de 1013 a letra sofreu uma alteração, mas foi na era Meiji, no ano de 1888, que a nação adotou o hino oficialmente e o mesmo tornou-se uma música de louvor ao imperador, considerado uma figura divina, descendente dos deuses. Depois da Segunda Guerra Mundial o hino transformou-se em uma celebração ao povo japonês.



O Hino é cantado repetindo-se a seguinte estrofe duas vezes:

Kimi ga yo wa
Chiyoni yachiyo ni
Sazare ishi no
Iwao to nari te
Kobe no mussu made.

A tradução é a seguinte:

Que sejam vosso dez mil anos de reinado felizes
Governai, meu senhor, até que os que agora são seixos
Transformem-se, unidos pelas idades, em rochedos poderosos
Cujos lados veneráveis o musgo cobre.

outra tradução:

Que o teu reinado de paz dure bastante!
Que dure por centenas de anos
Até que essa pequena pedra se torne uma rocha maciça

Conheça um pouco da música japonesa:

 
 

Vídeo: "Aka-Tombo"

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Bibliografia:

Museu Histórico da Imigração Japonesa

IBGE

Governo de São Paulo

Senado Federal

YouTube

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