| Vida e obra de Martinho Lutero |
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Lutero era homem de envergadura intelectual e habilidades pessoais. Em 1515, foi nomeado vigário, responsável por onze mosteiros. Viu-se envolvido em controvérsias com respeito a venda de indulgências.
Suas Lutas Pessoais.
Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava envolvido em questões pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica e intelectual não forneciam resposta aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações.
Seus estudos paulinos deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da afirmação "o justo viverá pela fé", Romanos 1:17. Percebia ele que a Lei e o cumprimento das normas monásticas, serviam tão-somente para condenar e humilhar o homem, e que nesta direção não se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma.
Martinho Lutero, estava trabalhando em "repensar o evangelho". Sendo monge agostiniano, fortemente influenciado pela teologia desta ordem monástica, paulina quanto aos seus pontos de vista, Lutero estava chegando a uma nova fé, que enfatizava a graça de Deus e a justificação pela fé.
Esta nova fé tornou-se o ponto fundamental de sua preleções. No seu desenvolvimento começou a criticar o domínio da filosofia tomista sobre a teologia romana. Ele estudava os escritos de Agostinho, Anselmo e Bernardo de Claraval, descobrindo nestes, a fé que começava a proclamar. Staupitz, orientou-o para que estudasse os místicos, em cujos escritos se consolou.
Em 1516, publicou o devocionário de um místico desconhecido, "Theologia Deutsch". Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, e tornou-se um pregador popular, proclamando a sua nova fé. Opunha-se a venda de indulgências comandada por João Tetzel.
As Noventa e Cinco Teses.

Martinho
Lutero em frente da igreja do castelo
de Vitembergue, após ter afixado as 95 teses
Inspirado por vários motivos, particularmente a venda de indulgências, na noite antes do Dia de Todos os Santos, a 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que as indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório. Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal.
João Eck, denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo fosse condenado e excluído do Igreja Romana. Silvester Mazzolini, padre confessor do papa, concordou com o parecer condenatório de Eck, dando apoio a este contra o monge agostiniano.
Em 1518. Lutero escreveu "Resolutiones", defendendo seus pontos de vista contra as indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa. Entretanto, o livro não alterou o ponto de vista papal a respeito de Lutero. Muitas pessoas influentes se declararam favoráveis a Martinho Lutero, tornando-se este então polemista popular e bem sucedido. Num debate teológico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido ao defender suas idéias.
Martinho
Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben,
Alemanha. Foi criado em Mansfeld. Na sua fase estudantil,
foi enviado às escolas de latim de Magdeburg(1497)
e Eisenach(1498-1501). Ingressou na Universidade
de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes
(1502) e de mestre em artes (1505).
