| A Família Real no Brasil |  | 
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Abertura 
                          dos portos
                          Menos de uma semana após chegar à Bahia, 
                          o príncipe regente provocou uma verdadeira revolução 
                          na economia brasileira, ao decretar a abertura dos portos 
                          do país às nações amigas 
                          de Portugal. Era o fim do monopólio comercial 
                          português com o Brasil.
A medida permitiu que navios mercantes estrangeiros atracassem livremente nos portos brasileiros. O país passou a se beneficiar do comércio direto com a Inglaterra. Terminava o Pacto Colonial que, entre outras imposições, obrigava que todos os produtos das colônias passassem, primeiro, pelas alfândegas de Portugal. A decisão tem caráter histórico também por ser a primeira Carta Régia promulgada em território brasileiro, a 28 de janeiro de 1808.
Medicina 
                          e indústria
                          Em Salvador, o príncipe regente também 
                          fundou a Escola de Cirurgia da Bahia, embrião 
                          para a criação da primeira faculdade de 
                          medicina do Brasil. Erguida ao lado do Colégio 
                          dos Jesuítas (atual Catedral Basílica 
                          de Salvador), no Terreiro de Jesus, a Escola de Cirurgia 
                          - mais tarde Faculdade de Medicina - funcionou por mais 
                          um século no mesmo local, até ser incorporada 
                          pela UFBa (Universidade Federal da Bahia). Dois séculos 
                          depois, a obra deixada por dom João não 
                          perdeu o seu charme - suas salas centenárias 
                          abrigam grande parte do acervo da história da 
                          medicina do Brasil.
Antes de seguir para o Rio de Janeiro - o que aconteceu no dia 24 de fevereiro de 1808 -, dom João ainda autorizou a criação de indústrias de vidro, pólvora, tabaco e colheita de algodão. Naquele começo de século 19, o setor industrial brasileiro não passava de uma miragem por três motivos básicos: a mentalidade escravocrata dos "empresários", a falta de capital para investimento na expansão dos negócios e a concorrência inglesa.
Dom João tomaria outras decisões muito importantes para o desenvolvimento do Brasil ao chegar ao Rio de Janeiro, para onde transferiu a sede do governo português. Na verdade, a presença da corte portuguesa no país acelerou o processo que resultou em nossa Independência, proclamada pelo herdeiro de dom João, dom Pedro. Isso, porém, já é o começo de uma outra história.




