Ciência Sociais
 

Os Grandes ramos das Ciências Sociais

Ciências sociais que se especializaram num determinado aspecto da vida social

Ciência Política
Ocupa-se dos factos relacionados com o funcionamento do Estado. Estuda os fenómenos ligados ao exercício do poder, à forma como o Estado fixa os valores, e de como é definido por três elementos: um território, um povo e um poder político, que se subdivide em governantes (aqueles que governam) e governados. A Ciência Política estuda, pois, a forma como é estabelecida a diferença entre quem governa e quem é governado.

Economia
O verdadeiro objecto de estudo da Economia são as leis de produção, repartições e o consumo dos bens escassos necessários à satisfação das necessidades humanas.

A Economia conheceu um maior desenvolvimento durante o século XVIII (1758) quando o Doutor Quesnay publicou Tableau Economique, um livro que retractava a forma como as riquezas circulavam na sociedade. Doutor Quesnay fundou a escola fisiocrática que tem a particularidade de assumir que só a terra é capaz de gerar riqueza, que todos os outros trabalhos existentes são meras transformações das riquezas pela terra fornecidas.

 

Demografia
É o estudo quantitativo do elemento população. É uma ciência relativamente recente quando comparada com a Economia. A primeira referência a Demografia ocorre durante o século XIX numa obra de Achille Guillard, Élements de statistique humaine ou demographie comparée (1855). A Demografia é hoje uma ciência em crescente popularidade.

O objecto de estudo da Demografia divide-se em:

Estrutura da População
Arranjo Espacial: forma como a população está distribuída no espaço. Existe uma desigual distribuição de população, pois existem vários factores que condicionam essa distribuição. Prevê-se que para lá do ano 2000 mais de 50% da população seja urbana.
Composição da População: são as características da população, que se subdividem em:
- composição etária: num país subdesenvolvido há entre 40 a 50% de jovens, num país desenvolvido a situação é inversa.

- razão de sexo: sexratio, o número de homens existentes para cada mulher. Nascem muitos mais homens do que mulheres, no entanto aqueles têm grande dificuldade em sobreviver durante a infância, verificando-se uma elevada taxa de mortalidade masculina. Assim, o número de mulheres é superior ao número de homens.

- sistema matrimonial: estado civil.

- alfabetização: em Portugal existem cerca de 15% de analfabetos, que são maioritariamente idosos.

- taxa de actividade económica: com a industrialização é natural que as mulheres assumam uma posição mais autónoma dentro da sociedade, o que justifica a baixa da natalidade.

Movimento da População
Mortalidade: desde sempre que se procuram formas para se evitar a morte ou para adiar a morte. Só a partir do século XIX se verifica um aumento da esperança média de vida, devido ao melhoramento das condições de vida. Na Europa morrem 10 pessoas em cada 1000.
Natalidade: sempre existiu uma elevada taxa de natalidade, e só no século XIX se verifica uma baixa da natalidade, mais precisamente no fim dos anos 50 e 60 (em Portugal só depois de 1974). O que se verifica é que as mulheres deixaram de ter muitos filhos, antes verificava-se o nascimento de 200 mil crianças por ano e agora o número é de 114 mil por ano. Levanta-se, então, o problema de como fazer aumentar o número de filhos: em França, depois de 1945, dava-se por mês mais de 35% do ordenado do operário metalúrgico por cada filho, contudo, o número de filhos não disparou.
Movimentos Migratórios: antigamente, pessoas oriundas de outros países vinham preencher os lugares de um determinado país, que os naturais desse país não queriam preencher, como foi o caso da Alemanha. Agora verifica-se o contrário. Em 70, os alemães não queriam desempenhar determinadas funções consideradas menos dignas, como era trabalhar nas oficinas. Então, recrutava-se turcos e gregos que, após lá trabalharem durante vários anos, ficavam com os mesmos direitos que os alemães. Mas agora os alemães já querem desempenhar essas funções, levantando-se o problema “quem é que se despede”. Sob o ponto de vista dos recursos humanos, tem que se dar prioridade a quem já lá estava antes, ou seja, aos turcos e aos gregos. Sob o ponto de vista do nacionalismo, tem que se dar prioridade aos naturais do país, ou seja, aos alemães.

Se houvesse uma elevada taxa de natalidade nada disto aconteceria, pois nunca se iria sentir a necessidade de recrutar esforços humanos a outros países.

Psicologia Social
Distingue-se da Psicologia Tradicional porque esta estuda apenas o comportamento e os processos mentais de um indivíduo enquanto ser único (consciência, memória e percepção). O que a Psicologia Social estuda é o comportamento dos indivíduos em sociedade. Os indivíduos, enquanto membros da sociedade, afectam e são afectados por grupos.

A Psicologia Social nasceu em 1876, numa altura em que ficaram célebres as discussões determinantes do comportamento. Tentava-se descobrir qual era a influência que a hereditariedade e o meio ambiente tinham na formação dos comportamentos dos indivíduos.

O professor César Lombroso publicou um livro, O Homem Delinquente, em que afirmava que era a hereditariedade que determinava o comportamento dos indivíduos. Considerava que os estigmas de degenerescência e as assimetrias corporais eram características de indivíduos criminosos. Assim, Lombroso defendia a ideia de que todas essas pessoas não podiam viver em sociedade, pelo que tinham de ser presas. Pois se assim não fosse, haveria sempre a possibilidade dessas pessoas cometerem outros crimes.

Em 1877, Dugdale e Goddard escreveram duas monografias sobre o estudo das famílias, incluindo a genologia (ascendentes). Dugdale escreveu sobre uma família denominada The Jukes, constituída por cerca de 800 elementos, dos quais centenas eram vagabundos e mendigos e 74 eram criminosos. Goddard escreveu sobre uma família denominada Kalikaks, cujos membros não apresentavam comportamentos medíocres. Ambos os autores procuravam provas para explicar a questão da hereditariedade.

Em 1890, Grabiel Tarde (juiz) escreve Leis de Imitação, onde afirma que o comportamento dos indivíduos é influenciado pelo meio ambiente em que vivem. Grande parte dos condenados vivem em condições muito promíscuas e não se integram na sociedade, pois seguem o mau exemplo daqueles que os rodeiam.

A Psicologia Social nasceu desta querela entre os defensores da hereditariedade e os do meio ambiente. A partir do início do século XIX publicam-se as primeiras obras de Psicologia Social, primeiro com o autor Cooley, em 1902, e mais tarde com os autores McDougall e Ross, em 1908. A Psicologia Social desenvolve-se em consonância com as ciências de laboratório técnicas: um indivíduo quer estudar o sono e as suas fases, então, observa um outro indivíduo durante o sono e conclui que durante a fase do sono em que se sonha os olhos movimentam-se rapidamente (REM - Rapid Eyes Moves), e durante a fase do sono em que não se sonha os olhos não se movimentam rapidamente (NREM - No Rapid Eyes Moves). Concluiu, ainda, que todas as pessoas sonham todas as noites. Se esta técnica não tivesse sido desenvolvida não se sabia nada sobre o sono.

NOTA: O método da Psicologia Social é, por excelência, o método experimental.

Linguística
É a ciência que se ocupa do estudo e da estrutura e transformação das línguas. Tem sido objecto de estudo desde o século XIX, quando se autonomiza como ciência social. Deve muito à escola estruturalista.

Semiologia
É a ciência que estuda, para além da linguagem, todos os sistemas de signos ou símbolos de que os homens se servem para comunicar entre si.

Roland Barthes procurou estudar o conteúdo divulgado pelos meios de comunicação de massa, que podem ser estudados através da sua linguagem - metalinguagem.

Charles Morris em vez do termo Semiologia usa o termo Semiótica.

Geografia Humana
Esta ciência dedica-se ao estudo da relação entre o modo de vida dos indivíduos em sociedade e a paisagem na qual se inscreve a sua acção.

O termo Geografia é utilizado desde tempos remotos, mas deve o seu actual significado à obra de Alexandre Humboldt e Charles Ritter, este último deu origem à escola geográfica alemã no século XVIII.

Existem duas concepções de Geografia Humana, uma de Ratzel e outra de Vidal de la Blache. Até ao fim do século XIX as concepções incidiam numa concepção determinista, que significa que o meio físico exerce um efeito determinante na distribuição espacial. O domínio tecnológico não é tão evidente como é hoje, o que levou Ratzel a criar a Antropogeografia (concepção determinante sobre as populações).

Foi ainda criada a Escola Possibilista, que deve a sua fundação à obra póstuma de Vidal de la Blache, concluída por Emanuel de Mortonne, e publicada em 1921. Obra esta que afirma que o Homem, dadas as condições, pode modificar a seu favor o meio ambiente. É a concepção da terra moldável.

Para além da Geografia Humana há ainda a Geografia Física, embora esta última não seja uma ciência social.

Fonte: Núcleo de Estudantes de Ciência Política

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