Guilherme de Almeida
   

Biografia

Guilherme de Almeida (1890-1969)


GUILHERME DE ALMEIDA nasceu em 24 de julho de 1890 na cidade paulista de Campinas. Filho do jurista e professor de Direito Estevam de Almeida, estuda nos ginásios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e N. Sra. do Carmo, de São Paulo.
No ano de 1912 forma-se em direito e passa a exercer as atividades tanto no ramo da advocacia como na área jornalística. Trabalha ainda como cronista social e crítico cinematográfico, além de atuar como redator de diversos jornais paulistanos, entre eles "O Estado de S. Paulo".

No ano de 1917 faz sua estréia literária com a publicação do livro "Nós". Nessa obra percebe-se claramente que o poeta ainda influenciado pela cultura neoclássica. No entanto, "o trato pessoal do verso e a liberdade das imagens" já revelam que estamos diante de um precursor do modernismo. Logo em seguida Guilherme de Almeida publica mais quatro livros, ainda com características neoclássicas: A Dança das Horas (1919); Messidor (1919); A suave colheita, Livro de Horas de Sóror Dolorosa (1920) ; Era uma vez... (1922).

 

Sobre esses cinco primeiros livros escritos por Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira referiu-se assim:

"Todos cinco pertencentes ao clima parnasiano-simbolista, todos cinco revelando um habilíssimo artista do verso, que, com mais fundamento ainda do que Bilac, poderia dizer que imita o ourives quando escreve".

O motivo de tantos elogios vindos de Manuel Bandeira não é em vão. Isso porque Guilherme de Almeida é um sonetista exímio que possui um estilo bem pessoal, pois trata o verso com extrema habilidade e, ao mesmo tempo, dá liberdade às imagens. Quando Manuel Bandeira diz que Guilherme de Almeida tem "mais fundamento ainda do que Bilac", ele refere-se a formação do poeta, pois ele sabia latim, grego e era um profundo conhecedor da cultura renascentista.

Depois desses primeiros livros, inicia-se a fase modernista do poeta: em 1922 participa da Semana de Arte Moderna e funda a revista Klaxon. Viaja pelo país fazendo conferências e palestras nas quais defende e divulga os princípios da renovação artística e estética do modernismo. No ano de 1924 publica a obra "A Frauta que Eu Perdi (subtítulo: Canções Gregas). No ano seguinte publica "Meu" e "Raça". Nessa fase percebe-se que os seus versos são livres e há também o uso de recursos como a sonoridade e a disposição gráfica. No entanto o significado desses versos, que volta e meia ainda possuem rima, não é muito agudo.

Em 1928 entra para a Academia Paulista de Letras. Ocupa a cadeira que pertencera a seu pai. No ano de 1930, é eleito para ocupar a Cadeira n. 15, na sucessão de Amadeu Amaral, na Academia Brasileira de Letras. Foi recebido, em 21 de junho de 1930, pelo acadêmico Olegário Mariano. Ainda em 1930, com a publicação da obra "Você", percebe-se que a fase "modernista" do poeta chegou ao fim. Os poemas voltam a ter a forma fixa de soneto, como versos voltam a ser metrificados e rimas raras.

Em 1932, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, Guilherme de Almeida, defensor da causa constitucionalista, alistou-se como soldado na revolução de 1932. Devido a esse ato, foi exilado por oito meses em Portugal, onde foi recebido com herói e como um dos maiores poetas da língua.

Em 1933, em 1º de agosto, retorna do exílio e vai morar na Rua Pamplona em São Paulo.

No ano de 1936 Guilherme de Almeida encontra-se com o cônsul japonês no Brasil, Kozo Ichige. Coicidência ou não, nesse mesmo ano começou a escrever "haicais em português".

Os haicais são poemas japoneses compostos por três versos. No ano seguinte, publicou o artigo "Os Meus Haicais". Nele, além de expor suas Idéias de como seria o haicai em português, também os sistematizava da seguinte forma:

Os haicais contêm:

título;
dezessete sílabas dispostas em três versos sendo que o primeiro verso possuí cinco sílabas, o segundo sete e o terceiro cinco.
O esquema de rimas usado pelo poeta era o seguinte: o primeiro verso rima com o terceiro e existe também uma rima interna no segundo verso, entre a segunda e a sétima sílaba. Representado graficamente esse esquema fica assim:

_ _ _ _ X
_0_ _ _ _ 0
_ _ _ _ X
Exemplo:

Infância:

Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".

Em 1945 funda o Jornal de São Paulo, que é temporariamente fechado pelo Estado Novo. Em 1949, junto com Franco Zampari, ajuda a fundar o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). No ano seguinte, é nomeado chefe de gabinete do Prefeito de São Paulo, Lineu Prestes.

Em 1959 Guilherme de Almeida é eleito, em concurso instituído pelo Correio da Manhã, o "Príncipe dos Poetas Brasileiros". Falece, na cidade de São Paulo, no dia 11 de julho de 1969.

Principais Obras

Poesia

Nós (1917);
A dança das horas (1919);
Messidor (1919);
Livro de horas de Soror Dolorosa (1920);
Era uma vez... (1922);
A flauta que eu perdi (1924);
Meu (1925);
Raça (1925);
Encantamento (1925);
Simplicidade (1929);
Você (1931);
Poemas escolhidos (1931);
Acaso (1938);
Poesia vária (1947);
Toda a poesia (1953).

Ensaios:

Do sentimento nacionalista na poesia brasileira, (1926);

Ritmo, elemento de expressão (1926);

::. Confira alguns poemas e alguns haicais escritos por Guilherme de Almeida

Nós
Flor do Asfalto
Haicais

Bibliografia: Mundo Cultural


Letra de Música:

A canção do expedicionário

Autor: Guilherme de Almeida e Spartaco Rossi (1944)
Intérprete:Francisco Alves
Gênero: Hino - Fonte: FEB

A canção do Expedicionário tem versos mais extensos, mas a gravação de Francisco Alves, que traz apenas a metade dos versos originais do poeta Guilherme de Almeida, foi a que ficou mais popular. Ouça a música clicando abaixo. Acompanhe a música lendo a letra completa ao lado.

Voltar | Subir

COMPARTILHE A MINIWEB EDUCAÇÃO COM SEUS AMIGOS