Maria 
                                                            Inês de Matos 
                                                            Coelho 
                                                          Trabalho 
                                                            apresentado no V Congresso 
                                                            Internacional de Educação 
                                                            a Distância, 
                                                            promovido pela ABED, 
                                                            em São Paulo, 
                                                            de a 14 de Outubro 
                                                            de 1998, e no IV Congresso 
                                                            Ibero-Americano e 
                                                            Informática 
                                                            na Educação, 
                                                            em Brasília 
                                                            de 20 a 23 de outubro 
                                                            de 1998.
                                                          Publicado 
                                                            em: Caderno de EDUCAÇÃO, 
                                                            FAE-CEPEMG, Belo Horizonte, 
                                                            n.15, p.7-27, mar.99
                                                          Abstract
                                                            Report of Research 
                                                            Program about design 
                                                            and evaluation of 
                                                            learning interactive 
                                                            environments with 
                                                            computers and softwares 
                                                            with hypermedia properties 
                                                            as pedagogical resources 
                                                            to distance education 
                                                            programs. The exploratory 
                                                            study analyses educational 
                                                            principles as fundamental 
                                                            to design hese environments 
                                                            and identifies relations 
                                                            between factors of 
                                                            the teaching-learning 
                                                            process when learners 
                                                            work with hypermedia. 
                                                            The main conclusion 
                                                            refers to the potencialities 
                                                            of design and use 
                                                            of pedagogical resources 
                                                            in the WWW. 
                                                          Distance 
                                                            Education Resources 
                                                            / Hypermedia for Learning 
                                                            / Interactive Learning 
                                                            Environments
                                                          I 
                                                            Introdução 
                                                            
                                                          O 
                                                            desenvolvimento de 
                                                            novas tecnologias 
                                                            de informação 
                                                            e de comunicação 
                                                            (NTIC), com destaque 
                                                            para o avanço 
                                                            dos computadores, 
                                                            vem constituindo estímulo 
                                                            para a mudança 
                                                            na tecnologia educacional 
                                                            que se baseia no texto 
                                                            impresso. As redes 
                                                            de trabalho, componentes 
                                                            essenciais do uso 
                                                            do computador como 
                                                            um sistema, estão 
                                                            se proliferando, lançando 
                                                            conexões que, 
                                                            rapidamente, envolvem 
                                                            o globo num pulsar 
                                                            de mensagens. Telefones, 
                                                            televisão e 
                                                            computador estão 
                                                            se ligando de modo 
                                                            que podem servir para 
                                                            estabelecer mediações 
                                                            no ensino nas escolas 
                                                            e provocar mudanças 
                                                            importantes nelas. 
                                                            De um lado, há 
                                                            grande entusiasmo 
                                                            com as potenciais 
                                                            mudanças mas, 
                                                            de outro lado, há 
                                                            ceticismo e, mesmo, 
                                                            crítica acirrada 
                                                            às referidas 
                                                            novas tecnologias 
                                                            e suas consequências 
                                                            para a escola e a 
                                                            sociedade. 
                                                          Este 
                                                            trabalho é 
                                                            parte do Programa 
                                                            de Pesquisa desenvolvido 
                                                            pelo Grupo de Estudos 
                                                            e Pesquisas de Tecnologias 
                                                            Interativas de Aprendizagem 
                                                            (TEIA-GEPE) da Faculdade 
                                                            de Educação 
                                                            da Universidade do 
                                                            Estado de Minas Gerais. 
                                                            Este Programa trabalha 
                                                            uma abordagem de equilíbrio 
                                                            e adequação 
                                                            no desenvolvimento 
                                                            de ambientes interativos 
                                                            de aprendizagem com 
                                                            incorporação 
                                                            de NTIC, em escolas 
                                                            de nível fundamental, 
                                                            média e superior, 
                                                            com vistas à 
                                                            melhoria do processo 
                                                            de aprendizagem e 
                                                            de educação 
                                                            voltada para o desenvolvimento 
                                                            científico 
                                                            e tecnológico 
                                                            e para exercício 
                                                            de cidadania. A incorporação 
                                                            de novas tecnologias 
                                                            de informação 
                                                            digital é considerada, 
                                                            por esta vertente, 
                                                            no sentido de que 
                                                            o design instrucional 
                                                            ou do sistema escolar 
                                                            pode ser o de um sistema 
                                                            multimídia 
                                                            trabalhado em rede. 
                                                            Nele, os materiais 
                                                            curriculares não 
                                                            serão mais 
                                                            uma sequência 
                                                            de unidades compartimentadas 
                                                            pois poderão 
                                                            estar acessíveis 
                                                            a qualquer estudante 
                                                            ou professor em qualquer 
                                                            momento e o escopo 
                                                            destes materiais poderá 
                                                            ser muito maior e 
                                                            fornecer passos múltiplos 
                                                            para níveis 
                                                            cada vez mais altos 
                                                            e complexos de realização. 
                                                            
                                                          A 
                                                            transcendência 
                                                            do arranjo sequencial 
                                                            e a transformação 
                                                            do escopo poderão 
                                                            mudar profundamente 
                                                            os limites do sistema 
                                                            escolar atual baseado 
                                                            nos materiais impressos. 
                                                            O que as pessoas serão 
                                                            capazes de aprender, 
                                                            o que elas precisarão 
                                                            aprender e como aprenderão 
                                                            serão objeto 
                                                            de algumas mudanças 
                                                            previsíveis. 
                                                            Esta forma de pensar, 
                                                            ainda recente, se 
                                                            opõe à 
                                                            que situa as novas 
                                                            tecnologias como "tecnologias 
                                                            de substituição", 
                                                            incluindo a substituição 
                                                            do professor. Assim 
                                                            grupos e subgrupos 
                                                            podem se conectar 
                                                            eletrônicamente 
                                                            e funcionar como uma 
                                                            unidade. Recursos 
                                                            como E-mail, voice-mail 
                                                            video-mail possibilitam 
                                                            imediatividade interpessoal 
                                                            à colaboração 
                                                            e criam espaços 
                                                            de grande flexibilidade. 
                                                            
                                                          As 
                                                            atividades colaborativas 
                                                            serão grandemente 
                                                            facilitadas entre 
                                                            estudantes que trabalham 
                                                            em projetos. A comunicação 
                                                            assincrônica 
                                                            estimula a habilidade 
                                                            das pessoas trabalharem 
                                                            juntas sem perder 
                                                            sua autonomia e as 
                                                            redes aumentam a facilidade 
                                                            para compartilhar 
                                                            e gerenciar informação 
                                                            e idéias comuns. 
                                                            Além de os 
                                                            conteúdos e 
                                                            recursos pedagógicos 
                                                            ficarem acessíveis 
                                                            aos estudantes e professores, 
                                                            em qualquer momento, 
                                                            a estratégia 
                                                            educacional estimulada 
                                                            é a "pedagogia 
                                                            de projetos" 
                                                            com vistas a possibilitar 
                                                            a construção 
                                                            ou reconstrução 
                                                            do conhecimento pelo 
                                                            aluno em lugar do 
                                                            ensino como mera transmissão. 
                                                            Além disto, 
                                                            livros escolares integrados 
                                                            com softwares de fácil 
                                                            acesso poderão 
                                                            ser elementos principais 
                                                            de situações 
                                                            em que professores 
                                                            e alunos são 
                                                            todos aprendizes e 
                                                            colaboradores. 
                                                          II- 
                                                            Objetivos 
                                                          Esta 
                                                            pesquisa trata do 
                                                            desenvolvimento de 
                                                            ambientes de aprendizagem 
                                                            , tais como cursos, 
                                                            seminários, 
                                                            e combinações 
                                                            de listas de discussão, 
                                                            chat e video-conferências, 
                                                            a partir de sites 
                                                            da World Wide Web, 
                                                            que não estão 
                                                            confinados por tempo 
                                                            ou por localização 
                                                            física. E, 
                                                            mais importante, que 
                                                            respondem aos interesses 
                                                            e necessidades das 
                                                            pessoas, aprendizes 
                                                            que, de forma autônoma, 
                                                            responsável 
                                                            e disciplinada, exercem 
                                                            a auto- aprendizagem 
                                                            tendo outras pessoas 
                                                            com papel de facilitadores, 
                                                            tutores, orientadores 
                                                            e companheiros de 
                                                            trabalho. 
                                                          Realizou-se 
                                                            anteriormente (1995-97) 
                                                            pesquisa de desenvolvimento 
                                                            e avaliação 
                                                            de metodologia de 
                                                            gestão de ciência 
                                                            e tecnologia com hipermídia, 
                                                            cujo principal resultado 
                                                            é o Seminário 
                                                            Virtual e Rede de 
                                                            Trabalho Cooperativo 
                                                            em Planejamento de 
                                                            Pesquisa e Captação 
                                                            de Recursos, disponibilizado 
                                                            em http://netpage.em.com.br/mines 
                                                            desde 28/9/97. 
                                                          Nosso 
                                                            propósito atual 
                                                            é analisar 
                                                            os fatores e suas 
                                                            relações 
                                                            nos ambientes interativos 
                                                            de aprendizagem e 
                                                            ampliar a compreensão 
                                                            do uso do WWW em educação, 
                                                            considerando o site 
                                                            Seminário Virtual 
                                                            e Rede de Trabalho 
                                                            Cooperativo em Pesquisa. 
                                                            
                                                          III-Fatores 
                                                            de avaliação 
                                                            e de design de ambientes 
                                                            interativos de aprendizagem, 
                                                            hipertexto e WWW para 
                                                            educação 
                                                            a distância 
                                                            
                                                          O 
                                                            ambiente de aprendizagem 
                                                            é "lugar 
                                                            ou espaço em 
                                                            que aprendizagem ocorre" 
                                                            (WILSON, 1995:4). 
                                                            No mínimo contém: 
                                                            o aprendiz, um espaço 
                                                            em que o aprendiz 
                                                            age, atua usando instrumentos 
                                                            e mecanismos , coletando 
                                                            e interpretando informação, 
                                                            interagindo talvez 
                                                            com outros,etc; e 
                                                            iniciativa do aprendiz 
                                                            ao realizar escolhas 
                                                            (Ibid.). Por outro 
                                                            lado, podemos tratar 
                                                            de ambientes de aprendizagem 
                                                            construtivista como 
                                                            "lugares onde 
                                                            grupos de aprendizes 
                                                            aprendem a usar ferramentas 
                                                            de sua cultura, incluindo 
                                                            linguagem e as regras 
                                                            para engajar em diálogo 
                                                            e geração 
                                                            de conhecimento" 
                                                            (MORRISON & COLLINS,1995, 
                                                            apud WILSON, 1995:6). 
                                                            Amplia-se o sentido 
                                                            com a definição 
                                                            de que o ambiente 
                                                            de aprendizagem construtivista 
                                                            é "lugar 
                                                            onde aprendizes podem 
                                                            trabalhar juntos e 
                                                            se apoiarem uns nos 
                                                            outros à medida 
                                                            que eles usam uma 
                                                            variedade de instrumentos 
                                                            e recursos de informação 
                                                            na busca de objetivos 
                                                            de aprendizagem e 
                                                            de atividades de solução 
                                                            de problemas". 
                                                            (WILSON, 1995:6) 
                                                          A 
                                                            idéia de entornos 
                                                            ou ambientes informáticos 
                                                            centra a atenção 
                                                            não apenas 
                                                            no software mas também 
                                                            no contexto e na metodologia 
                                                            empregada.(MARTI, 
                                                            1992) Neste sentido, 
                                                            "as situações 
                                                            de aprendizagem com 
                                                            computadores que nos 
                                                            parecem mais idôneas 
                                                            são aquelas 
                                                            que permitem ao sujeito 
                                                            uma atividade estruturante, 
                                                            atividade guiada, 
                                                            entretanto, pela atividade 
                                                            reguladora da pessoa 
                                                            que ensina e dos outros 
                                                            companheiros: são 
                                                            situações 
                                                            que se centram em 
                                                            um conteúdo 
                                                            determinado das matérias 
                                                            contempladas no curriculo 
                                                            escolar e que explicitam 
                                                            os objetivos de aprendizagem 
                                                            de maneira clara; 
                                                            são situações 
                                                            que aproveitam as 
                                                            potencialidades do 
                                                            meio informático 
                                                            e que, na medida do 
                                                            possível, são 
                                                            projetadas levando-se 
                                                            em conta uma análise 
                                                            genética do 
                                                            conteúdo de 
                                                            aprendizagem".(Ibid.) 
                                                            
                                                          Nos 
                                                            ambientes interativos 
                                                            de aprendizagem, o 
                                                            hipermídia 
                                                            é uma tecnologia 
                                                            com grande potencial, 
                                                            na medida em que é 
                                                            sistema que permite 
                                                            ligação 
                                                            interativa de informação, 
                                                            de forma não 
                                                            linear, apresentada 
                                                            em diferentes formatos 
                                                            que podem incluir 
                                                            texto, gráficos 
                                                            estáticos ou 
                                                            animados, clips de 
                                                            filmes, sons e música. 
                                                            Fornece ainda meios 
                                                            flexíveis para 
                                                            que usuários 
                                                            organizem e gerenciem 
                                                            informações 
                                                            de forma a satisfazer 
                                                            diferentes necessidades 
                                                            e pode reunir e produzir 
                                                            coleções 
                                                            complexas, grandes, 
                                                            ricamente conectadas 
                                                            e referenciadas de 
                                                            forma entrelaçada 
                                                            ou cruzada. No entanto 
                                                            , há desafios 
                                                            para sua utilização 
                                                            principalmente quanto 
                                                            ao projeto, desenvolvimento 
                                                            e avaliação 
                                                            de sistemas hipermídias 
                                                            , e de preparação 
                                                            dos professores para 
                                                            envolvimento nestas 
                                                            tarefas e no emprego 
                                                            adequado de hipermídias 
                                                            em ambientes construtivistas 
                                                            de aprendizagem. (SILVA, 
                                                            1998:18-23) 
                                                          Ao 
                                                            se tratar da concepção 
                                                            de ambientes interativos 
                                                            de aprendizagem destaca-se 
                                                            a natureza construtivista 
                                                            da aprendizagem: os 
                                                            indivíduos 
                                                            são sujeitos 
                                                            ativos na construção 
                                                            dos seus próprios 
                                                            conhecimentos (DE 
                                                            CORTE,1991; LANDSHEERE,1988). 
                                                            
                                                          É 
                                                            de VYGOTSKY (1984:95) 
                                                            um dos conceitos mais 
                                                            importantes e mais 
                                                            úteis: a zona 
                                                            de desenvolvimento 
                                                            proximal que é 
                                                            definida como "a 
                                                            distância entre 
                                                            o nível de 
                                                            desenvolvimento real, 
                                                            que se costuma determinar 
                                                            através da 
                                                            solução 
                                                            independente de problemas, 
                                                            e o nível de 
                                                            desenvolvimento potencial, 
                                                            determinado através 
                                                            da solução 
                                                            de problemas sob a 
                                                            orientação 
                                                            de um adulto ou em 
                                                            colaboração 
                                                            com companheiros mais 
                                                            capazes"(Ibiden, 
                                                            p.97). É fundamental 
                                                            o caráter da 
                                                            relação 
                                                            entre os processos 
                                                            em desenvolvimento 
                                                            e aqueles já 
                                                            adquiridos bem como 
                                                            a relação 
                                                            entre o que o indivíduo 
                                                            pode fazer independentemente 
                                                            e em colaboração 
                                                            com os outros, admitindo 
                                                            que ele pode adquirir 
                                                            mais em colaboração, 
                                                            com ajuda ou apoio, 
                                                            do que individualmente. 
                                                            O ensino pode provocar 
                                                            o desenvolvimento 
                                                            exatamente através 
                                                            da zona de desenvolvimento 
                                                            potencial, pois segundo 
                                                            VYGOTSKY, "o 
                                                            ensino é útil 
                                                            quando vai à 
                                                            frente do desenvolvimento 
                                                            (...) e impele ou 
                                                            acorda uma série 
                                                            de funções 
                                                            que estão em 
                                                            estádio de 
                                                            maturação 
                                                            que ficam na zona 
                                                            de desenvolvimento 
                                                            potencial". Este 
                                                            autor defende que 
                                                            a interação 
                                                            social é a 
                                                            origem e o motor da 
                                                            aprendizagem e do 
                                                            desenvolvimento intelectual.(VYGOTSKY,1974,1984) 
                                                            
                                                          Um 
                                                            outro conceito refere-se 
                                                            à necessidade 
                                                            da intervenção 
                                                            do adulto para apoiar 
                                                            o aluno na realização 
                                                            de uma tarefa complexa 
                                                            que ele, por si só, 
                                                            seria incapaz de realizar, 
                                                            e foi desenvolvido 
                                                            por BRUNER (1983). 
                                                            Este conceito. indica 
                                                            como o adulto implementa 
                                                            processos de suporte 
                                                            que se estabelecem 
                                                            através da 
                                                            comunicação 
                                                            e que funcionam como 
                                                            apoio ou andaimação. 
                                                            O controle da tarefa 
                                                            é transferido 
                                                            gradualmente do adulto 
                                                            (o apoio / andaime 
                                                            ) para a criança, 
                                                            ou do professor para 
                                                            o aluno. 
                                                          Segundo 
                                                            tais princípios, 
                                                            a concepção 
                                                            e uso de ambientes 
                                                            interativos de aprendizagem 
                                                            deverão apresentar 
                                                            diferentes graus de 
                                                            complexidade, de forma 
                                                            a possibilitar a cada 
                                                            sujeito, em cada momento, 
                                                            atuações 
                                                            que estão na 
                                                            zona de desenvolvimento 
                                                            proximal., com variados 
                                                            recursos de andaimação. 
                                                            
                                                          O 
                                                            tipo de aprendizagem, 
                                                            que se dá através 
                                                            de um hipertexto, 
                                                            é caracterizada 
                                                            como implícita 
                                                            ou acidental, em oposição 
                                                            à aprendizagem 
                                                            explícita.(MAYES 
                                                            et al.,1990a). Pode-se 
                                                            tornar a aprendizagem 
                                                            mais explícita, 
                                                            por exemplo, através 
                                                            de questões 
                                                            chave que direcionam 
                                                            a procura da informação, 
                                                            incrementando-se a 
                                                            aprendizagem relacionada 
                                                            com os mesmos, reduzindo 
                                                            o tempo e os problemas 
                                                            de navegação 
                                                            e aumentando os níveis 
                                                            de satisfação 
                                                            com a interação, 
                                                            conforme demonstrou 
                                                            ROMISZOWSKI (1990). 
                                                            
                                                          A 
                                                            questão do 
                                                            espaço é 
                                                            determinante para 
                                                            KIBBY & MAYES 
                                                            (1993) pois, ao acessar 
                                                            o hipermídia, 
                                                            o aprendiz encontra-se 
                                                            perante duas estruturas 
                                                            paralelas: o hiperespaço, 
                                                            referente ao domínio 
                                                            do hipertexto (nós 
                                                            e ligações), 
                                                            e o espaço 
                                                            conceitual, referente 
                                                            ao domínio 
                                                            do conhecimento propriamente 
                                                            dito, cuja informação 
                                                            se corporifica no 
                                                            conjunto de nós 
                                                            e ligações 
                                                            e em todas as possibilidades 
                                                            de associação 
                                                            da informação. 
                                                            O espaço conceitual 
                                                            é de maior 
                                                            complexidade pois 
                                                            envolve mais ligações 
                                                            do que as explicitamente 
                                                            representadas. Se 
                                                            a codificação 
                                                            espacial constitui 
                                                            uma variável 
                                                            para a estruturação 
                                                            dos conteúdos, 
                                                            então parece 
                                                            ser crucial na aprendizagem. 
                                                            E neste último 
                                                            caso, assinalam-se 
                                                            diferenças 
                                                            individuais quanto 
                                                            à adequação 
                                                            da representação 
                                                            espacial das estruturas 
                                                            do hipertexto para 
                                                            exploração 
                                                            do espaço conceitual. 
                                                            
                                                          Os 
                                                            mecanismos de apoio 
                                                            parecem importantes 
                                                            para que ocorra algum 
                                                            tipo de aprendizagem 
                                                            na exploração/navegação 
                                                            de um hipertexto. 
                                                            Autores como MAYES 
                                                            et al. (1990a:122) 
                                                            afirmam que " 
                                                            uma exploração 
                                                            completamente livre 
                                                            de uma rede de nós 
                                                            e ligações 
                                                            comportará 
                                                            deficiências 
                                                            ao nível da 
                                                            aprendizagem", 
                                                            adiantando ainda que 
                                                            "instrumentos 
                                                            e outras características 
                                                            do hipertexto devem 
                                                            ser concebidos explicitamente 
                                                            para apoiar e facilitar 
                                                            a aprendizagem per 
                                                            se". (Ibid.) 
                                                            Com ponto de vista 
                                                            contrário, 
                                                            KIBBY & MAYES 
                                                            (1993) consideram 
                                                            que os mecanismos 
                                                            de navegação 
                                                            têm apenas a 
                                                            função 
                                                            de ajudar a localizar 
                                                            a informação 
                                                            no domínio 
                                                            do hiperespaço, 
                                                            e não apoiá- 
                                                            la no espaço 
                                                            conceitual, ou seja, 
                                                            fornecendo informaçãoacerca 
                                                            dos conteúdos. 
                                                            À medida que 
                                                            os aprendizes vão 
                                                            ficando mais proficientes, 
                                                            concentram-se mais 
                                                            no interface intelectual 
                                                            e interagem no espaço 
                                                            conceitual, enquanto 
                                                            os principiantes investem 
                                                            numa aprendizagem 
                                                            da navegação 
                                                            e pouco nos conteúdos. 
                                                            
                                                          São 
                                                            bastante elucidadores 
                                                            os resultados de pesquisa 
                                                            pela metodologia de 
                                                            interação 
                                                            construtiva que MAYES 
                                                            et al. (1990a) obtiveram 
                                                            ao avaliar o que díades 
                                                            de aprendizes faziam, 
                                                            o que pensavam e o 
                                                            que aprendiam em interação 
                                                            com um hipertexto. 
                                                            Concluíram 
                                                            que a exploração 
                                                            ativa no hiperespaço 
                                                            não é, 
                                                            de forma alguma, um 
                                                            processo semelhante 
                                                            a uma exploração 
                                                            ao nível conceitual. 
                                                            Verificaram que, em 
                                                            certos casos, os sujeitos 
                                                            se envolvem de tal 
                                                            modo na aprendizagem 
                                                            dos conteúdos 
                                                            apresentados que se 
                                                            "esquecem" 
                                                            de fazer a aprendizagem 
                                                            da utilização 
                                                            dos mecanismos de 
                                                            exploração. 
                                                            Observaram que os 
                                                            sujeitos ou aprendem 
                                                            a navegar no hipertexto 
                                                            ou se centram nos 
                                                            conteúdos propriamente 
                                                            ditos, não 
                                                            o fazendo em simultâneo, 
                                                            sobretudo nos primeiros 
                                                            contatos com o hipertexto. 
                                                            
                                                          Um 
                                                            outro aspecto evidenciado 
                                                            foi a tendência 
                                                            de os aprendizes "regressarem" 
                                                            a um estágio 
                                                            inicial da exploração 
                                                            do hipertexto à 
                                                            medida que se vão 
                                                            descentrando da aprendizagem 
                                                            da navegação 
                                                            e focando a sua atenção 
                                                            no domínio 
                                                            em aprendizagem. Os 
                                                            autores concluíram 
                                                            que se observa, apesar 
                                                            de tudo, um aumento 
                                                            de uma utilização 
                                                            flexível do 
                                                            hipertexto. Neste 
                                                            sentido, os sistemas 
                                                            devem ser concebidos 
                                                            para apoiar a aprendizagem, 
                                                            providenciando mecanismos 
                                                            de representação 
                                                            do espaço conceitual 
                                                            diferentes das ligações 
                                                            e nós do hiperespaço, 
                                                            e instrumentos para 
                                                            o aprendiz construir, 
                                                            modificar e interagir 
                                                            com o seu próprio 
                                                            mapa conceitual. As 
                                                            ligações 
                                                            entre os nós 
                                                            devem ser visíveis, 
                                                            e aquelas que foram 
                                                            percorridas deverão 
                                                            estar assinaladas, 
                                                            apoiando assim a aprendizagem. 
                                                            Além disso, 
                                                            são necessárias 
                                                            a assistência 
                                                            e orientação 
                                                            explícita, 
                                                            atendendo solicitação 
                                                            do aprendiz sobre, 
                                                            por exemplo, zonas 
                                                            de conteúdos 
                                                            relevantes em relação 
                                                            ` sua localização 
                                                            mas ainda inexploradas, 
                                                            e outros dispositivos 
                                                            como questionário 
                                                            ao aprendiz sobre 
                                                            as suas intenções 
                                                            e propostas alternativas.( 
                                                            OLIVEIRA & COSTA 
                                                            PEREIRA, 1990 ) 
                                                          Vários 
                                                            trabalhos concluem 
                                                            que são determinantes 
                                                            para que se processe 
                                                            aprendizagem os seguintes 
                                                            fatores cognitivos: 
                                                            controle, complexidade 
                                                            e desafio. Apontam 
                                                            que os maiores problemas 
                                                            do hipertexto são 
                                                            aqueles que contribuem 
                                                            para dificultar e 
                                                            até bloquear 
                                                            eventuais processos 
                                                            de aprendizagem. Se 
                                                            o aprendiz se perde 
                                                            em consequência 
                                                            da confusão 
                                                            cognitiva, pode sentir 
                                                            isso como perda de 
                                                            controle no hiperespaço, 
                                                            já que não 
                                                            sabe qual ação 
                                                            empreender em seguida 
                                                            (KIBBY & MAYES, 
                                                            1990). Poderá 
                                                            haver uma perda de 
                                                            controle, quando o 
                                                            aprendiz navega de 
                                                            um nó para 
                                                            outro, porque desconhece 
                                                            a relevância 
                                                            do nó de destino, 
                                                            no momento em que 
                                                            ativa a ligação. 
                                                            Inferir ou antecipar 
                                                            o conteúdo 
                                                            do nó de destino 
                                                            à luz do conteúdo 
                                                            dos nós já 
                                                            "visitados" 
                                                            parece ser um desafio 
                                                            no processo de aprendizagem. 
                                                            O aprendiz sentirá 
                                                            controle se o conteúdo 
                                                            do nó de destino 
                                                            for incorporado com 
                                                            sucesso na crescente 
                                                            conceitualização 
                                                            do domínio 
                                                            do conhecimento. Caso 
                                                            contrário, 
                                                            um acesso confuso, 
                                                            especialmente se repetitivo 
                                                            pode conduzir à 
                                                            idéia de perda 
                                                            de controle, pois 
                                                            o aprendiz não 
                                                            terá indicadores 
                                                            para selecionar uma 
                                                            nova ligação. 
                                                            No entanto, tais problemas 
                                                            têm solução 
                                                            nos hipertextos que 
                                                            dispõem de 
                                                            mecanismos que facilitam 
                                                            o controle, ou seja, 
                                                            o mecanismo de retorno 
                                                            e os caminhos. 
                                                          Uma 
                                                            outra perspectiva 
                                                            considera que o fato 
                                                            de o aprendiz se encontrar 
                                                            perdido ou desorientado 
                                                            "pode ser visto 
                                                            como desejável 
                                                            ou mesmo como uma 
                                                            parte necessária 
                                                            no processo de estruturação". 
                                                            (MAYES et al., 1990a:125) 
                                                            
                                                          Um 
                                                            outro aspecto que 
                                                            alguns autores referenciam 
                                                            como determinante 
                                                            do grau e tipo de 
                                                            aprendizagem que o 
                                                            sistema permite é 
                                                            o modo de estruturação 
                                                            da informação, 
                                                            ou seja, o modelo 
                                                            de informação 
                                                            e a interface intelectual.(JONASSEN 
                                                            & GRABINGER, 1990). 
                                                            O primeiro está 
                                                            relacionado com a 
                                                            rede de ligações 
                                                            entre os elementos 
                                                            da informação 
                                                            e o segundo refere-se 
                                                            ao modo como a rede 
                                                            de relações 
                                                            pode ser representada 
                                                            para o aprendiz, de 
                                                            modo a facilitar a 
                                                            navegação 
                                                            e minimizar a desorientação 
                                                            cognitiva associada 
                                                            à variedade 
                                                            de perspectivas acerca 
                                                            de um tópico. 
                                                            Qualquer ambiente 
                                                            deve permitir diferentes 
                                                            estratégias 
                                                            de aprendizagem, não 
                                                            só para se 
                                                            adequar ao maior número 
                                                            possível de 
                                                            indivíduos, 
                                                            que terão necessariamente 
                                                            estratégias 
                                                            diferentes, mas também 
                                                            porque as estratégias 
                                                            utilizadas individualmente 
                                                            variam de acordo com 
                                                            fatores como a familiaridade 
                                                            com o conteúdo, 
                                                            a estrutura dos conteúdos 
                                                            e a motivação, 
                                                            entre outros. 
                                                          STANTON 
                                                            & STAMMERS (1990) 
                                                            compararam a performance 
                                                            de diferentes sujeitos 
                                                            numa condição 
                                                            não-linear 
                                                            e numa condição 
                                                            linear, tendo obtido 
                                                            resultados superiores 
                                                            em relação 
                                                            ao primeiro caso. 
                                                            Compararam também 
                                                            a explicitação 
                                                            que os sujeitos efetuavam 
                                                            relativamente aos 
                                                            processos seguidos 
                                                            para aceder à 
                                                            informação 
                                                            com o modo como efetivamente 
                                                            o tinham realizado, 
                                                            e identificaram três 
                                                            estratégias 
                                                            de aprendizagem: estratégia 
                                                            top-down ("eu 
                                                            vi primeiro as coisas 
                                                            mais importantes"), 
                                                            estratégia 
                                                            bottom-up ("progredi 
                                                            da informação 
                                                            mais básica 
                                                            para a mais complexa") 
                                                            e estratégia 
                                                            sequencial ("fui 
                                                            numa sequência 
                                                            contrária aos 
                                                            ponteiros do relógio, 
                                                            a partir do ecrã 
                                                            panorâmico"). 
                                                            
                                                          Os 
                                                            sujeitos com estratégia 
                                                            top-down tendem a 
                                                            preencher com a experiência 
                                                            um modelo mental cuja 
                                                            estrutura pré 
                                                            existe à interação, 
                                                            sendo por outro lado 
                                                            capazes de estruturar 
                                                            o ambiente não 
                                                            linear. Foram mais 
                                                            lentos na abordagem 
                                                            inicial, mas à 
                                                            medida que avançavam 
                                                            tornavam-se bastante 
                                                            mais rápidos 
                                                            que os outros grupos, 
                                                            utilizando estratégias 
                                                            de aprendizagem mais 
                                                            complexas. Exploravam 
                                                            ainda menos módulos 
                                                            porque faziam mais 
                                                            inferências. 
                                                            Por sua vez, os sujeitos 
                                                            do grupo bottom up 
                                                            constróem um 
                                                            modelo mental através 
                                                            da experiência 
                                                            direta ("fazendo"), 
                                                            seguindo uma estratégia 
                                                            mais sequencial. Já 
                                                            no caso dos sujeitos 
                                                            do grupo sequencial 
                                                            apoiaram-se no ecrã 
                                                            panorâmico como 
                                                            base para estruturar 
                                                            a sua navegação, 
                                                            o que pode ser visto 
                                                            como um meio de implementar 
                                                            uma certa estruturação. 
                                                            (STANTON & STAMMERS 
                                                            , 1990) 
                                                          IV- 
                                                            Discussão de 
                                                            Resultados 
                                                          Os 
                                                            correios eletrônicos 
                                                            
                                                          Foram 
                                                            considerados sessenta 
                                                            seis correios eletrônicos 
                                                            de pessoas que acessaram 
                                                            espontaneamente o 
                                                            site bem como manifestaram 
                                                            suas opiniões 
                                                            sobre o mesmo, utilizando 
                                                            o espaço Registre 
                                                            sua Visita, a partir 
                                                            de 28/9/97, quando 
                                                            disponibilizado, até 
                                                            28/6/98. Os correios 
                                                            eletrônicos 
                                                            recebidos, em sua 
                                                            maioria, têm 
                                                            comentários 
                                                            a apresentar ou solicitam 
                                                            informações 
                                                            e orientações 
                                                            específicas. 
                                                            O conteúdo 
                                                            dos E-mails tem permitido 
                                                            corrigir falhas de 
                                                            edição, 
                                                            por exemplo de endereços 
                                                            de links externas, 
                                                            ampliação 
                                                            e atualização 
                                                            do site com novos 
                                                            espaços como 
                                                            a Rede de Trabalho 
                                                            Cooperativo em Pesquisa 
                                                            com as ligações 
                                                            Perguntas e Respostas, 
                                                            Novidades em Captação 
                                                            de Recursos em C&T. 
                                                            
                                                          Constatamos 
                                                            que as similaridades 
                                                            entre os usuários 
                                                            caracterizam a rede 
                                                            em ambiente universitário 
                                                            e de empresas ou de 
                                                            órgãos 
                                                            públicos de 
                                                            pesquisa. O site é 
                                                            principalmente acessado 
                                                            nas regiões 
                                                            sudeste e sul do país, 
                                                            por professores universitários, 
                                                            pesquisadores e técnicos 
                                                            de órgãos 
                                                            de pesquisa ou de 
                                                            empresas, profissionais 
                                                            autônomos ou 
                                                            ligados a empresas 
                                                            e estudantes universitários 
                                                            com necessidades de 
                                                            informação 
                                                            em C&T e, inclusive, 
                                                            demandando outras 
                                                            informações 
                                                            que não estão 
                                                            no site acessado. 
                                                            As principais solicitações 
                                                            referem-se a: Cursos 
                                                            na área de 
                                                            Gestão de C&T 
                                                            existentes no país, 
                                                            Normas de Referências 
                                                            de Material Acessado 
                                                            na Internet, Bibliografia 
                                                            específica 
                                                            para determinados 
                                                            temas como Educação 
                                                            Especial, Gestão 
                                                            da Qualidade e outros; 
                                                            Sugestão de 
                                                            Temas para Pesquisa, 
                                                            Orientações 
                                                            para Pesquisa de Opinião, 
                                                            Elaboração 
                                                            de Questionário; 
                                                            Captação 
                                                            de Recursos para Projeto 
                                                            específico. 
                                                            
                                                          O 
                                                            hipermídia 
                                                            é avaliado 
                                                            pelos usuários, 
                                                            que se comunicam espontaneamente, 
                                                            como excelente em 
                                                            suas características 
                                                            técnicas e 
                                                            pedagógicas 
                                                            de flexibilidade, 
                                                            de interatividade 
                                                            e de lógica 
                                                            relacional e criativa. 
                                                            Os usuários 
                                                            "fazem seu próprio 
                                                            caminho" pelo 
                                                            hipermídia, 
                                                            como é a sua 
                                                            proposta, acessando 
                                                            links , lendo e imprimindo 
                                                            textos e formulários. 
                                                            Alguns usuários 
                                                            informaram sobre dificuldades 
                                                            de acesso a determinadas 
                                                            páginas, o 
                                                            que parece ser devido 
                                                            ao uso de browser 
                                                            ou sistema de navegação 
                                                            ( Netscape ou Explorer) 
                                                            de versão mais 
                                                            antiga. Outros usuários 
                                                            informaram sobre dificuldades 
                                                            para acessar determinados 
                                                            links como CNPq e 
                                                            FINEP. Fatores da 
                                                            rede de comunicação, 
                                                            específicos 
                                                            de determinados dias 
                                                            e horários, 
                                                            parecem ter ocasionado 
                                                            algumas panes uma 
                                                            vez que os URLs estavam 
                                                            corretos na página. 
                                                            
                                                          Os 
                                                            resultados de observação 
                                                            de díades de 
                                                            sujeitos 
                                                          Foram 
                                                            observadas cinco díades 
                                                            de sujeitos em interação 
                                                            com o hipermídia 
                                                            via Internet. Todos 
                                                            os sujeitos eram universitários 
                                                            e a análise 
                                                            é exploratória, 
                                                            não tendo efeito 
                                                            generalizador. 
                                                          Nos 
                                                            primeiros momentos 
                                                            de utilização 
                                                            do hipermídia, 
                                                            observamos muita ansiedade 
                                                            dos sujeitos quanto 
                                                            às "formas 
                                                            de navegar", 
                                                            ou seja, "o que 
                                                            fazer primeiro"ou 
                                                            "para onde vamos 
                                                            agora?". Parece 
                                                            haver inicialmente 
                                                            maior empenho em aprender 
                                                            a acessar o hipermídia 
                                                            e a fazê-lo 
                                                            "corretamente". 
                                                            Os sujeitos mostram-se 
                                                            inseguros no exercício 
                                                            da autonomia e na 
                                                            ausência de 
                                                            prescrições 
                                                            acerca da tarefa. 
                                                            
                                                          Observamos 
                                                            que os sujeitos, que 
                                                            dominam os mecanismos 
                                                            de exploração 
                                                            do hiperespaço, 
                                                            utilizam com maior 
                                                            flexibilidade o hipermídia. 
                                                            Os sujeitos iniciantes, 
                                                            após se sentirem 
                                                            mais seguros na "navegação" 
                                                            passam a explorar 
                                                            o conteúdo, 
                                                            o que converge com 
                                                            o que constataram 
                                                            KIBBY & MAYES 
                                                            (1993) e MAYES et 
                                                            al. (1990a). 
                                                          Em 
                                                            nossa exploração, 
                                                            o hipermídia 
                                                            com as links ( ligações 
                                                            e nós do hiperespaço) 
                                                            parece funcionar como 
                                                            apoio, facilitando 
                                                            a construção 
                                                            do mapa conceitual 
                                                            pelos sujeitos. Ou 
                                                            seja, como as ligações 
                                                            ficam visíveis 
                                                            mostrando as que já 
                                                            foram percorridas, 
                                                            o sujeito sente-se 
                                                            mais orientado para 
                                                            prosseguir no percurso. 
                                                            Estes mecanismos de 
                                                            apoio facilitam a 
                                                            aprendizagem pelo 
                                                            hipertexto, como salientam 
                                                            MAYES et al. (1990a:122).
                                                          O 
                                                            hipermídia 
                                                            em análise 
                                                            foi concebido para 
                                                            apoiar a aprendizagem, 
                                                            providenciando mecanismos 
                                                            de representação 
                                                            do espaço conceitual 
                                                            diferentes das ligações 
                                                            e nós do hiperespaço, 
                                                            e instrumentos para 
                                                            o aluno construir, 
                                                            modificar e interagir 
                                                            com o seu próprio 
                                                            mapa conceitual. As 
                                                            ligações 
                                                            entre os nós 
                                                            permanecem visíveis 
                                                            no menu no frame esquerdo 
                                                            e aquelas que foram 
                                                            percorridas ficam 
                                                            assinaladas, apoiando 
                                                            assim a aprendizagem. 
                                                            Além disso, 
                                                            há orientação 
                                                            explícita sobre, 
                                                            por exemplo, zonas 
                                                            de conteúdos 
                                                            relevantes em relação 
                                                            à sua localização, 
                                                            e outros dispositivos 
                                                            como atividades para 
                                                            o sujeito, nas quais 
                                                            são incentivadas 
                                                            novas buscas planejadas 
                                                            e a elaboração 
                                                            pessoal utilizando 
                                                            as informações. 
                                                            Assim cada sujeito 
                                                            poderá trabalhar 
                                                            seus próprios 
                                                            conceitos, modificá-los 
                                                            e elaborar novos conceitos. 
                                                            Em cada módulo 
                                                            há atividades 
                                                            previstas com este 
                                                            objetivo. 
                                                          Observamos 
                                                            que ao acessarem um 
                                                            outro hipermídia 
                                                            por link externa como, 
                                                            por exemplo, o do 
                                                            CNPq ou o da FINEP, 
                                                            que são bastante 
                                                            ricos em ligações 
                                                            e nós, os sujeitos 
                                                            tendem a se dispersar 
                                                            ou apresentam insegurança 
                                                            quanto a prosseguir 
                                                            nele escolhendo conteúdos 
                                                            a explorar ou a voltar 
                                                            ao site , ponto de 
                                                            partida. Esta perda 
                                                            de controle ocorre 
                                                            porque não 
                                                            se conhece a relevância 
                                                            do nó de destino 
                                                            no momento em que 
                                                            se ativa a ligação. 
                                                            Há um desafio 
                                                            de inferir ou antecipar 
                                                            o conteúdo 
                                                            do nó de destino 
                                                            à luz do conteúdo 
                                                            dos nós já 
                                                            "visitados". 
                                                            O menu com os conteúdos 
                                                            do site, ponto de 
                                                            partida, colocado 
                                                            à esquerda, 
                                                            pode facilitar o retorno 
                                                            ao texto onde se estava. 
                                                            
                                                          Observamos 
                                                            que os sujeitos desenvolvem 
                                                            predominantemente 
                                                            uma abordagem estratégica 
                                                            mais do que a profunda, 
                                                            em relação 
                                                            à aprendizagem, 
                                                            traçando com 
                                                            os nós âncoras 
                                                            os caminhos a partir 
                                                            do que parece mais 
                                                            básico em direção 
                                                            ao que parece mais 
                                                            complexo, como por 
                                                            exemplo, acessando 
                                                            primeiro "planejamento 
                                                            de pesquisa" 
                                                            antes de "Gestão 
                                                            de C&T". 
                                                            
                                                          A 
                                                            classificação 
                                                            feita por STANTON 
                                                            & STAMMERS (1990) 
                                                            das três estratégias 
                                                            de aprendizagem ( 
                                                            top-down, botton-up 
                                                            e sequencial ) não 
                                                            nos parece muito clara 
                                                            quando se observa 
                                                            a díade de 
                                                            sujeitos acessando 
                                                            o hipermídia. 
                                                            Especialmente a estratégia 
                                                            sequencial não 
                                                            está clara. 
                                                            A pesquisa em continuidade 
                                                            deverá aprofundar 
                                                            o conhecimento sobre 
                                                            estas estratégias. 
                                                            
                                                          Quanto 
                                                            ao tipo de aprendizagem 
                                                            observamos que os 
                                                            sujeitos situam-se 
                                                            com certo grau de 
                                                            autonomia e realizam 
                                                            associação 
                                                            e exploração 
                                                            dos conteúdos 
                                                            e tarefas. Esta aprendizagem 
                                                            implícita ou 
                                                            acidental se articula 
                                                            com aprendizagem explícita 
                                                            no uso do hipermídia, 
                                                            havendo demanda por 
                                                            situação 
                                                            formal e sequencial 
                                                            acerca de "Gestão 
                                                            de C&T". 
                                                            
                                                          Conclusão 
                                                            
                                                          O 
                                                            hipermídia 
                                                            tem possibilitado 
                                                            uma rede colaborativa 
                                                            quanto à difusão 
                                                            de informações 
                                                            em pesquisa e C&T. 
                                                            Como recurso didático 
                                                            em ambiente interativo 
                                                            de aprendizagem, particularmente, 
                                                            de educação 
                                                            a distância 
                                                            ou de educação 
                                                            não presencial, 
                                                            há potencialidades 
                                                            no hipermídia 
                                                            via WWW. Destacam-se 
                                                            a autonomia sendo 
                                                            exercida pelo aprendiz 
                                                            e o desenvolvimento 
                                                            gradativo de maior 
                                                            autoconfiança 
                                                            à medida que 
                                                            domina mecanismos 
                                                            de exploração 
                                                            do hiperespaço 
                                                            e o espaço 
                                                            conceitual. Em nossa 
                                                            exploração, 
                                                            o hipermídia 
                                                            com as links (ligações 
                                                            e nós do hiperespaço) 
                                                            parece funcionar como 
                                                            apoio, facilitando 
                                                            a construção 
                                                            do mapa conceitual 
                                                            pelos sujeitos. Quanto 
                                                            ao tipo de aprendizagem 
                                                            observamos que os 
                                                            sujeitos situam-se 
                                                            com certo grau de 
                                                            autonomia e realizam 
                                                            associação 
                                                            e exploração 
                                                            dos conteúdos 
                                                            e tarefas. Esta aprendizagem 
                                                            implícita ou 
                                                            acidental se articula 
                                                            com aprendizagem explícita 
                                                            no uso do hipermídia, 
                                                            havendo demanda por 
                                                            situação 
                                                            formal e sequencial 
                                                            acerca de "Gestão 
                                                            de C&T". 
                                                            
                                                          O 
                                                            estudo fornece indicações 
                                                            para o design de ambientes 
                                                            interativos de aprendizagem 
                                                            com hipermídias, 
                                                            o que continuamos 
                                                            a analisar mais profundamente 
                                                            considerando a influência 
                                                            que os mesmos têm 
                                                            nos sujeitos e em 
                                                            suas aprendizagem. 
                                                            Assim, buscamos ampliar 
                                                            a compreensão 
                                                            do uso do WWW ( Internet) 
                                                            em educação 
                                                            a distância. 
                                                            
                                                          Referências 
                                                            Bibliográficas
                                                          BRUNER, 
                                                            J. - Savoir faire, 
                                                            savoir dire, Paris: 
                                                            PUF,1983.
                                                          DE 
                                                            CORTE, E. Aprender 
                                                            na Escola com as Novas 
                                                            Tecnologias da Informação 
                                                            In:TEODORO,V. D.; 
                                                            FREITAS,C. J.(Org) 
                                                            - Educação 
                                                            e Computadores, Lisboa:GEP, 
                                                            199l, p. 89-118. 
                                                          JONASSEN, 
                                                            D.; GRABINGER, R.S. 
                                                            Problems and Issues 
                                                            in Designing Hypertext 
                                                            / Hypermedia for Learning. 
                                                            Designing Hypermedia 
                                                            for Learning, NATO 
                                                            ASISeries, Vol. 67, 
                                                            Springer-Verlag, Berlim, 
                                                            p.3-27 , 1990.
                                                          KIBBY, 
                                                            M.R.;MAYES,J.T)-Towards 
                                                            intelligent hypertext 
                                                            . In: MCALEESE, R. 
                                                            (Ed)Hypertext :Theory 
                                                            into Practice. Oxford: 
                                                            Intellect.,1993, p.138-144
                                                          KIBBY, 
                                                            M.R.; MAYES, J.T. 
                                                            The Learner's View 
                                                            of Hypermedia In: 
                                                            CERRI, S.A.;WHITING,J.(Eds)- 
                                                            Learning Technology 
                                                            in the European Communities, 
                                                            Proceedings of the 
                                                            Delta Conference on 
                                                            Research and Development, 
                                                            The Hague, Kluwer 
                                                            Academic, Dordrecht, 
                                                            .l990,p. 53-65.
                                                          LANDSHEERE, 
                                                            G. Nouvelles Technologies 
                                                            de l'Information (N.T.I.) 
                                                            et Didactique:Impasses 
                                                            ou Espoir? European 
                                                            Journal of Psychology 
                                                            of Education, Hors- 
                                                            serie, p. 217-219,1988. 
                                                            
                                                          MARTI, 
                                                            E. Aprender com ordenadores 
                                                            en la escuela. Barcelona: 
                                                            ICE/HORSORI, 1992. 
                                                            
                                                          MAYES, 
                                                            T.et al. A. Sign posts 
                                                            for conceptual orientation: 
                                                            some requirements 
                                                            for learning from 
                                                            hypertext In: MCALEESE, 
                                                            R.; GREEN, C. (Eds)- 
                                                            Hypertext : State 
                                                            of the Art. Oxford: 
                                                            Intellect, 1990a,p.121-129.
                                                          MARTON, 
                                                            F.; SALJÖ, R. 
                                                            Approaches to Learning 
                                                            . IN: MARTON,F.; SALJÖ,R. 
                                                            (Eds)-The Experience 
                                                            of Learning. Edinburgh: 
                                                            , Scottish Academic 
                                                            Press,1984, p. 36-55 
                                                            .
                                                          OLIVEIRA, 
                                                            A.J.;PEREIRA,D.C. 
                                                            Psychopedagogic Aspects 
                                                            of Hypermedia Courseware. 
                                                            In: JONASSEN, D.; 
                                                            MANDL, H. (Eds)-Designing 
                                                            Hypermedia for Learning. 
                                                            Berlim : NATO ASI 
                                                            Series, Springer-Verlag, 
                                                            1990,p. 251- 262 .
                                                          ROMISZOWSKI, 
                                                            A. J. The Hypertext/Hypermedia 
                                                            Solution - But What 
                                                            Exactly is the Problem? 
                                                            In: JONASSEN, D.; 
                                                            MANDL,H.(Eds) -Designing 
                                                            Hypermedia for Learning 
                                                            Berlim: NATO ASI Series, 
                                                            Springer-Verlag,. 
                                                            1990,p.321-354.
                                                          SILVA, 
                                                            C.M.T. Hipermídia 
                                                            na educação: 
                                                            Potencialidades e 
                                                            desafios. Tecnologia 
                                                            educacional, v. 26, 
                                                            n. 140, p.18-23, jan/fev/mar-1998.
                                                          STANTON, 
                                                            N.; STAMMERS, R.B. 
                                                            Learning styles in 
                                                            a non-linear training 
                                                            environment .In: MCALEESE,R.; 
                                                            GREEN.C. (Eds)-Hypertext: 
                                                            State of the Art. 
                                                            Oxford: Intellect, 
                                                            Ltd, 1990,p. 114-120.
                                                          WILSON,B.G. 
                                                            Metaphors for Instruction: 
                                                            Why we talk about 
                                                            learning environments.Educational 
                                                            Technology, V.35, 
                                                            n.5,p.25-30. http://www.cudenver.edu/~bwilson 
                                                            
                                                          VYGOTSKY, 
                                                            L.S. Thought and Language. 
                                                            Massachusetts: MIT 
                                                            Press, 1974.
                                                          VYGOTSKY,L.S. 
                                                            A formação 
                                                            social da mente. São 
                                                            Paulo: Martins Fontes, 
                                                            1984.
                                                          
                                                           
                                                            E-mail: mines@net.em.com.br 
                                                            
                                                          
                                                          Atualização 
                                                            em 25 de agosto de 
                                                            2000 (Sexta Versão). 
                                                            
                                                            Publicação 
                                                            em versão inicial 
                                                            em 28 de Setembro 
                                                            de 1997. 
                                                            Webmaster: Maria Inês 
                                                            de Matos Coelho (Pesquisadora 
                                                            CNPq na UEMG, Professora 
                                                            da UFMG, Consultora.)Apoio 
                                                            do CNPq e da FAPEMIG 
                                                            
                                                            Esta página 
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