Computação quântica

Computação quântica promete dar novo rumo à TI

A física quântica está saindo dos laboratórios e ganhando o mercado. Na prática, ela apresenta aplicações que vão mudar a vida dos profissionais de TI com computadores mais rápidos, novas formas de programar e criptografia 100% segura

Por Patricia Azeredo


A física clássica, que se aprende no colégio, trata do mundo macroscópico. Porém, o que vale para nós não se aplica ao universo microscópico, pois dentro dos átomos ocorrem comportamentos estranhos ao senso comum. Lá, dois corpos podem sim ocupar o mesmo lugar no espaço e a presença do observador interfere no resultado da experiência.

Parece surreal, mas não se trata de delírio ou ficção-científica. Os projetos unindo a mecânica quântica ao processamento de informações estão a todo vapor, tomando rumos que até Einstein duvidaria - o cientista da língua de fora era cético quanto a esse ramo da Física, que contraria alguns aspectos da sua famosa Teoria da Relatividade.

Computação quântica

Computadores hoje são feitos de transistores encapsulados em microchips e a Lei de Moore diz que a capacidade de processamento dos computadores dobra a cada dois anos. Resultado: em dado momento vai ser impossível espremer tantos transistores em um chip por falta de espaço. Daí surge a computação quântica.

Esta tecnologia vai alterar o paradigma da computação, pois o bit quântico - ou qbit - pode ser zero e um ao mesmo tempo, diferente do bit clássico que pode ter apenas um valor. Graças a essa propriedade, chamada paralelismo, a forma de produzir equipamentos e programas será alterada, gerando ganhos de processamento, conforme explica o Pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Ivan Oliveira.

“No computador convencional, cada combinação possível entre bits é processada em separado. Já o computador quântico conseguiria manusear essas combinações simultaneamente, com um paralelismo extraordinário – afirma.

Embora a teoria mostre a possibilidade de um computador que funcione pelos princípios da física quântica, a prática esbarra em uma série de problemas, tais como definir qual a melhor propriedade física a ser utilizada como qbit e, principalmente, “domar” as partículas dentro do átomo, tão instáveis que seriam preciso 1000 qbits para produzir um computador quântico viável. Os experimentos realizados até agora não passaram de 10 qbits.

Uma das possibilidades está na ótica atômica, área estudada pela Professora e Pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Solange Bessa. Segundo ela, existem vantagens na substituição de elétrons por fótons (partículas quânticas de luz).

“Pense, por exemplo, no transistor. Em comparação com os fótons, os elétrons andam devagar, quase parando. A luz trafega mais rapidamente e os fótons não interagem entre si. Por isso, substituir sistemas eletrônicos por sistemas fotônicos significa ganhar em velocidade e miniaturização – afirma.

Como a questão da instabilidade dos qbits é um problema ainda de difícil solução, a tendência é que os primeiros equipamentos a usar a nova tecnologia sejam híbridos, com parte do processamento feita de forma quântica e parte de forma convencional.

A programação

Mesmo sem um protótipo, já se estudam algoritmos para computadores quânticos, sendo que ainda não existe uma linguagem de programação própria. Os programadores, como o Pesquisador do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Renato Portugal, precisam associar portas lógicas até obter o resultado desejado em seu algoritmo, que nem sempre será mais eficiente que a computação convencional.

“Existem situações em que o computador quântico não é mais rápido que o clássico. Para problemas de busca em banco de dados, a velocidade aumenta em valor quadrático, enquanto outros algoritmos apresentam ganho exponencial. Por isso, um Google de computador quântico não seria assim tão espantoso – ensina.

Fonte: Ti Master


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