Ed. Musical
 

Educação musical é prioridade no Brasil

Escolas mais atrativas aos jovens e ainda a garantia de um mercado de trabalho específico para músicos brasileiros. Essas são algumas das contribuições que a aprovação por unanimidade do projeto de lei (PL 330/2006), que torna obrigatório o ensino de música nas escolas de educação básica, deve proporcionar aos alunos do País. A proposta, de autoria da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN (Lei 9.394/96) - para incluir o aprendizado musical como conteúdo obrigatório do ensino de Artes. “As escolas terão três anos letivos para se adaptarem às mudanças”, esclarece o presidente da Comissão de Educação (CE), senador Cristovam Buarque(PDT/DF).

De acordo com o projeto, o ensino de música deverá ser ministrado por professores com formação específica na área. A proposta, no entanto, não determina que a música seja ministrada de forma independente, mas que seja trabalhada de forma integrada às demais disciplinas da área de Artes. Agora, os próximos passos são a tramitação na Câmara dos Deputados e, se aprovado nesta instância, o projeto segue para aprovação do presidente Lula.

Entretanto, a expectativa dos profissionais é que a música se torne, o mais breve possível, uma disciplina curricular. “Com certeza, teremos alunos mais tranquilos e felizes, e reduziríamos a violência nas escolas ”, declara a educadora infantil, Áurea Medeiros. A música é reconhecidamente uma prática social cujo aprendizado contribui para o desenvolvimento psicomotor, emocional e afetivo, concordam os especialistas. Ouvir música, aprender uma canção, criar instrumentos rítmicos são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela música, além de propiciar a vivência de elementos dessa linguagem. "A musicalização contribui para o desenvolvimento da sensibilidade, do equilíbrio interior, do raciocínio lógico, do agir e reagir, além da reflexão, da concentração e da disciplina”, complementa a professora.

 

O novo cenário da educação brasileira aponta também para desafios como a necessidade de uma formação adequada ao docente de música, mas acima de tudo reconhece a importância da musicalização na vida das crianças e de seu futuro. E para o futuro, nada melhor que a sabedoria do passado, não menos atual das palavras do mestre maestro. Como já dizia Heitor Villa-Lobos, "um povo que sabe cantar está a um passo da felicidade. É preciso ensinar o mundo inteiro a cantar".

Entenda a educação musical no Brasil

O ensino da música no país começou a ser realizado nos colégios religiosos de antigamente, que trouxeram esse costume dos corais de igrejas. O grande incentivo veio com o Canto Orfeônico, implantado em 1930 pelo maestro Heitor Villa-Lobos. O projeto foi apoiado pelo então presidente da época Getúlio Vargas, que reuniu 40 mil vozes em uma apresentação no estádio São Januário, no Rio de Janeiro. Com o fim da era Vargas, em 1945, e a morte do maestro Villa-Lobos, em 1959, as iniciativas musicais na educação básica nacional foram praticamente nulas. Em 1971, o governo militar instituiu a obrigatoriedade da Educação Artística, juntando os conteúdos de artes cênicas, plásticas e música em uma única matéria. Somente em 1996, com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) foi determinada a separação das disciplinas, porém a legislação não explica como isso deve ser feito, nem estipula carga horária e obrigatoriedade. Agora, se aprovado pelo presidente Lula, através do projeto de lei, a música entra definitivamente no curriculo escolar.

Fonte: Porto Web

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